"If you always do what interests you, at least one person is pleased" Katharine Hepburn

Vaidade?! O meu Pecado favorito... Lux


domingo, 5 de junho de 2011

C'est la vie...


Das coisas que me entristecem, sim, existem algumas, sou feita de pele e osso como todos, são pessoas pouco ou nada agradecidas... Daquelas pessoas por quem fizemos muito e depois, com o passar do tempo, vamos vendo como é a sua real natureza...
Isto porque todos nós, adultos ou crianças, temos uma natureza distinta uns dos outros e que está acima de tudo ligada ao adn... Muito mais que à educação que nos é dada.
Tive uma relação de quatro anos, quatro, em que vivi junto com uma pessoa que tinha um filho.
Um miúdo que conheci com cinco anos e que foi vivendo em nossa casa durante quatro anos, estando agora prestes a fazer dez anos.
Tenho que admitir que nem sempre a nossa convivência foi fácil, ele podia passar da criança mais amorosa ao terror dos terrores num piscar de olhos...
Mesmo muita vezes de má cara, aturei-lhe muitas, muito mais do que o que devia, desde levar com uma tampa de uma caixa de metal na cabeça, a pontapés e insultos...
Com o tempo, ia melhorando e piorando...
Era, e penso que ainda deva ser, uma criança com graves problemas de sistema nervoso, que conseguia deixar qualquer um num estado de nervos apoplécticos...
Mas dentro dos meus limites, sei que fiz tudo o que me era humanamente possível fazer por ele.
Era uma criança que aos oito anos ainda fazia xixi na cama, birras para comer de forma saudável, mas era acima de tudo uma criança extremamente inteligente.
Bom aluno e com uma capacidade de cálculo matemático como pouco vi...
Houve uma altura, em que a mãe, a quem estava entregue a guarda do menino, foi morar para fora de Portugal Continental, por isso, e para que não perdesse o ano lectivo no inicio do terceiro período veio morar de vez cá para casa.
Aqui a Lux, e como o pai tinha horários rotativos, ia levá-lo e ia buscá-lo ao colégio, que só ficava no outro lado da cidade, tratou de comprar roupa e calçado à criança que veio muito mal vestida, bem como de lhe arranjar um médico para ver o porquê de ele ainda fazer xixi na cama e ser feito o tratamento devido.
Nunca me arrependi de nada do que fiz por ele, bem como nunca me arrependi dos ralhetes que lhe passei...
Foi bem aceite e bem tratado pelos meus pais, chegando a ter-me dito em casa dos avós, que preferia ir jantar a casa dos meus pais a jantar em casa dos próprios avós.
Conseguia ser amoroso comigo quando queria alguma coisa, como ir ao Mac ou mais um carrinho da Hotwheels, mas agora, e passados quase seis meses de me ter separado do pai, me apercebo que o miúdo, por quem eu fiz tanto, nunca me ligou... Nem no meu aniversário para pelo menos dar os parabéns e um beijinho.
Nada...
Podem dizer que é apenas uma criança, é, sem dúvida, mas aos nove/dez anos já temos capacidade de saber de quem gostamos... E quando gostamos ligamos, dizemos alguma coisa...
E isso, de certa forma, entristece-me... O facto de ter feito tanta coisa por aquela criança e ela não ser reconhecida em nada...
Ou isso, ou nunca chegou a perceber as coisas que fiz por ele, as coisas realmente importantes, para que ultrapassasse muitos dos problemas que tinha.

E enfim, é assim que a vida nos vai ensinando que por vezes, damos mesmo demais de nós próprio aos outros, sem esperar nada em troca, à excepção de o mínimo de consideração...

C'est la vie!
Nem sempre é cor-de-rosa, mas com os nossos erros aprendemos!
Aprendemos a ver, quem na realidade nunca gostou de nós, só fazia de conta que sim, para que pudesse estar nesta casa, melhor que a da mãe, e estar com o pai que adora, e de mim ir tendo certas e determinadas coisas que queria!
Sim, porque pensava que isto era um bolso sem fundo, e cheguei muitas vezes a deixar de comprar coisas para mim, para o vestir a ele.
É assim a vida... Dá-nos estalos de luva branca, que eu agradeço porque nunca são em vão...
Lição aprendida.

xoxo
Lux

5 comentários:

M. disse...

As pessoas são assim. Muitas. Mas tu não és. Não é isso que conta?

Anônimo disse...

Infelizmente a vida é mesmo assim! Por isso é que nos devemos colocar sempre em 1º lugar...! ***

Anônimo disse...

Fizeste sempre o que achaste que era melhor. Estás de consciência tranquila. Mas dói saber que se deu tanto de nós e perceber que não fomos/somos assim tão importantes. Neste fim-de-semana pensei nisso sobre colegas de escola que ajudei bastante e que nunca mais me disseram nada... Mesmo assim não sei se aprendi a lição.
Beijinhos,
teardrop

(não estou a conseguir entrar com o meu user)

Menina do Vestido Verde disse...

Bom pelo menos fizeste algo por essa criança. E isso tem um valor imensurável.

Agri Doce disse...

Acho que é sempre duro darmos, de coração e, mais tarde, percebermos que fizemos cedências, entregámos-nos, prescindimos de tempo nosso..para alguém que nem deu valor. Eu sei que as coisas que se fazem com o coração, não são feitas para haver uma troca de aitudes MAS sabe sempre bem saber que temos o reconhecimento de alguém.
Como uma simples mensagem ou sorriso eram o suficiente para te deixar contente...
No entanto, estiveste muito bem e a tua consciência está tranquila, e isso é que interessa acima de tudo!