Aniversário

31 velas a soprar...

Pois bem, parece que estou de parabéns...

Pelo menos o telemóvel tem tocado e do outro lado ouço sempre a mesma coisa: "Parabéns!"...
Claramente que as primeiras pessoas, assim pelo raiar das 6.30h, foram os meus pais, se bem que a minha mãe continua a insistir que só às 22.22h, é que efectivamente estou de parabéns...
Segundo ela, nem é bom lembrar o que passou para eu nascer, parece que não queria sair, e teve que ser à força, por cesariana, porque já estava a sufocar... diz minha mãe que já aí era teimosa, e que embirrei em não sair, e por muito que os médicos fizessem, nada de eu me mexer, nada de dores, nada...
Depois, aparentemente fui um bebé insuportável, que chorava noite e dia, e só me calava quando estava a comer ou a dormir... O resto do tempo passava-o com a goela bem aberta, a berrar como se não houvesse amanhã... Diz a minha mãe, que já nessa altura era persistente e reinvidicativa...
Mais tarde, diz que ganhei uma personalidade própria, e que por muito que tentasse fazer com que eu, aos 3 anos vestisse calças no inverno, era um inferno... Só gostava de saias e rodadas... Como as princesas...
Dizem que já nessa altura sabia o que queria vestir e não valia a pena vir com ameaças que eu cá, parece que não ligava nenhum, e fazia birras de todo o tamanho que eram obrigados a desistir e me enfiar uma saia ou um vestido...
Dizem que já nessa altura pedia perfume para sair de casa, e, com um banquinho ia copiando a minha madrinha ao espelho (também ela uma mãe), enquanto se maquilhava bem cedo para ir para o hospital...
E parece que passava o resto do dia, a andar pela casa nos sapatos de tacão agulha que a minha madrinha usava, e que eu ia estragando, mas me ensinou a andar de tacões e a achá-los confortáveis...
Dizem que era um bichinho do mato, sempre enfiada no meu quarto, onde me deitava no chão a brincar, ou a ler e onde acabava por adormecer... Pintada, cheia de colares, e de tacões agulha...
Dizem que por outro lado era uma criança extremamente doce, que exigia mas também dava muito carinho...
Dizem, dizem que já em pequenina, bem pequenina tinha uma opinião formada e "ai" de quem me tentasse enganar e me comprasse roupa para as minhas Barbies que fossem imitações... Como dizem que, quando havia visitas lá por casa, e eu pedia licença para falar, ficavam estarrecidos, com medo do que eu fosse dizer... porque dizia tudo o que me passava pela boneca, desde não "gosto do teu vestido... fica mal com esses sapatos!" (aconteceu, é verdade... tinha uns quatro anos, dirigindo-me à esposa de um médico amigo da família!), até um "Senhor, queria dar-lhe os parabéns pela casa maravilhosa que tem!" (aos cinco, quando visitei uma casa de uns amigos que tinha piscina...)
Sempre fui uma incógnita para a minha família, nunca sabiam o que ia dizer ou fazer a seguir, e acima de tudo, dizem que cresci mas não mudei...
Parece que continuo com o mesmo feitio, mais controlado agora, mas mais bem acentuado!
Dizem que sou assim... E sou!
Orgulhosamente Lux...
Orgulhosamente mulher...

xoxo
Lux